Estágio Psi



O HMINSN oferece atenção humanizada à mulher, ao recém-nascido e a família por meio de equipe multiprofissional.

MISSÃO
"Desenvolver ações de atenção integral à saúde da comunidade, em especial da mulher e do
Neonato, em nível ambulatorial e hospitalar, com Equidade. Qualidade e Resolutividade".

VISÃO
"Ser um hospital que ofereça um atendimento de excelência à comunidade, em especial a mulher e ao recém-nascido, respeitando os princípios do Sistema Único de Saúde".


 

 Estágio segundo semestre de 2019






Ministério da Saúde – MS
Governo do Estado de Roraima
Secretaria de Saúde do Estado de Roraima - SESAU
Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth – HMINSN
Coordenação de Terapia e Suporte



Vista – Roraima - 2019

POP-PSI

Procedimento Operacional Padrão – Psicologia (rascunho)



Boa Vista – Roraima
AGOSTO/2019







(...) as pessoas não são iguais e reagem diferentemente aos eventos vividos”
(BRASIL, 2010, p.29 – Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão do SUS.)
1 INTRODUÇÃO


Foi apresentado à equipe de psicologia, o desafio de descrever, com clareza e objetividade, aos nossos pares – equipe e instituição – os objetivos de nosso trabalho, refletidos na definição das nossas rotinas de atendimento. Esse desafio não é novo, Giannotti (1996) alerta para o fato de que, [...] estamos diante de um importante paradoxo: a expectativa que o corpo médico tem do trabalho do psicólogo é diferente da expectativa que o psicólogo tem de sua tarefa junto à instituição médica [...]. Doravante à essa dificuldade, é importante (aceitamos, de bom grado), a tarefa de elaborar um manual de Procedimentos Operacionais Padrão (POP) que certamente auxiliará na diminuição desse paradoxo e na redução da distância existente entre suposição, teoria e prática. Para tanto, esse manual foi dividido em 2 (duas) partes, a geral, que discorre sobre aspectos éticos, institucionais e legislativos e a específica, que mergulha na descrição operacional objetiva do corpo de psicólogos nos diferentes setores desta maternidade.
Sabe-se que o Procedimento Operacional Padrão (POP) é uma descrição detalhada de todas as operações necessárias para a realização de uma atividade, ou seja, é um roteiro padronizado para realizar uma atividade. Para tanto, tem o objetivo de padronizar as ações ofertadas pelo serviço de saúde, minimizando a ocorrência de variações indesejáveis destas ações, causadas pela falta de habilidade ou de conhecimento do profissional, propiciando a melhoria na qualidade da assistência prestada nos diversos setores da saúde. Para tanto, é fundamental considerar a atuação psicológica enquanto um processo em construção, incentivando o exercício criativo, democrático e participativo, a partir de metodologias pautadas em referencias técnico-científicos que respeitem as diferenças e complexidades de sujeitos e contextos.
Ao discorrer sobre a atuação dos(as) psicólogos(as) na maternidade, também pretende-se promover a reflexão acerca da amplitude e complexidade que se impõe a prática profissional nesse contexto. Implica também na viabilização de espaços de debates e construções contínuas de consensos a serem estabelecidos no fazer técnico. Nesse processo é normal que surjam questionamentos e consensos, através da promoção da reflexão crítica dos profissionais. Nesse sentido, cabe ressaltar que o momento não aponta apenas para a inserção da Psicologia no sistema público de saúde, mas para a necessidade de reflexão sobre a quem a psicologia tem servido em sua prática profissional.
Portanto, nesse documento destacam-se aspectos significativos do processo de construção, mas não com objetivo de descrever a metodologia a ser seguida indistintamente, e sim reafirmar princípios éticos e políticos norteadores do fazer. É fundamental que gestores e técnicos, a partir de cuidadosa análise de contexto, definam responsabilidades na execução, considerando que a Saúde Pública não se encerra em si e nem deve ser a única das políticas a dar resposta às demandas humanas que se apresentam na atualidade.
Esta primeira versão servirá de ponto de referência e apoio para as novas versões e atualizações, necessitando da participação ativa de todos os profissionais envolvidos.

1.1 Finalidade: O POP Tem como finalidade padronizar e minimizar a ocorrência de desvios na execução de tarefas fundamentais, independente de quem as faça, auxiliando na organização, agilidade e presteza do serviço. Ou seja, um POP coerente garante ao usuário da saúde que a qualquer momento que ele se dirija ao serviço, as ações tomadas para garantir a qualidade sejam as mesmas, de um turno para outro, de um dia para outro. Neste sentido, aumenta-se a previsibilidade de seus resultados, minimizando as variações causadas por imperícia, imprudência ou negligência e adaptações aleatórias do psicólogo.

1.2 Publico Alvo: O POP descreve, delimita e regulamenta o atendimento psicológico direcionado aos seguintes sujeitos no HMI:
- Pacientes em internação, familiares e acompanhantes;
- Pacientes em atendimento de urgência-emergência, familiares e acompanhantes;
- Mães, familiares e acompanhantes cujos bebês estão em internação;
- Funcionários da maternidade.
Desta forma, a Psicologia atua nos diversos setores da Maternidade (Pronto Socorro; Enfermarias de Alojamento Conjunto; Alojamento à Gestantes de Alto Risco, Pré-parto, Recuperação Pós-anestésica e UTI Neonatal), Ambulatório, Programas (Mãe-Canguru e Grupo Interdisciplinar de Apoio aos Pais de Bebês da UTI Neonatal) e Treinamentos em Aleitamento Materno, Mãe Canguru e Humanização.

2 OBJETIVO GERAL
De acordo com o Conselho Federal de Psicologia, o serviço de Psicologia Hospitalar, tem por objetivo principal o atendimento da díade paciente-família, buscando amenizar e/ou facilitar a vivência do paciente no período crítico de doença e de hospitalização. Percebe-se, portanto, a necessidade de minimizar o impacto que o diagnóstico/prognóstico e o tratamento ocasionam sobre o psiquismo dos pacientes da Unidade. Desta maneira, complementa-se o objetivo de atendimento global, a partir de uma postura humanista e holística de saúde, tornando-se efetiva a assistência ao indivíduo usuário dos serviços de saúde.

3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
De acordo com a definição do Conselho Federal de Psicologia (CFP, 2003a), o psicólogo que trabalha em ambiente hospitalar tem como objetivo geral realizar atividades como: atendimento psicoterapêutico; grupos psicoterapêuticos e psicoprofilaxia. Vale lembrar que a atuação do psicólogo não abrange somente a hospitalização em si, no que tange a patologia, mas, sobretudo, as sequelas e consequências emocionais decorrentes do adoecimento. Nessa perspectiva o psicólogo deve atuar de modo preventivo, evitando o agravamento do problema.


4 PRÁTICAS GERAIS
De acordo com Nina (citado por Silveira, s.d) há na psicodinâmica da gestação três modificações psíquicas que parecem dominar:
Crise de identidade: ocorrida devido a uma passagem do papel de filha para o papel de mãe e ainda se dá devido às alterações corpóreas que distorcem a imagem corporal da gestante;
Regressão: mecanismo de defesa que surge, nesse período, isso acontece, pois a mulher se sente mais frágil e necessitada de maior atenção de todos que a cercam, que é desencadeado pela crise, normal, que se entende ser a gravidez;
Ambivalência: Em grande parte dos casos podemos verificar sentimentos opostos em relação à gestação, ao feto e a todas as mudanças com ele advindas.
Diante destas e outras alterações psiquicas cabe ao psiólogo identificar e avaliar pacientes com distúrbios emocionais em evidência (crise) qeu prejudicam as relações intra e interpessoais e então promover intervenções focais que possam oferecer aos usuários subsídios emocionais que os possibilite buscar uma vivência mais adaptada à realidade. Através da compreensão de como a paciente, com sua personalidade e experiência de vida, está reagindo à crise, realiza se o acolhimento e fornece-se suporte ao sujeito em adoecimento, a fim de que este possa atravessar essa fase com maior resiliência minimizando seu sofrimento psíquico.
Cabe à coordenação promover ambiente favorável para que esse conjunto de práticas e posturas sejam compartilhadas por toda a equipe de psicólogos da maternidade, em conformidade com os princípios gerais de ética e prática em sintonia com as diretrizes e recomendações do Conselho Federal de Psicologia e com as Portarias do SUS.
Com relação ao paciente, o Serviço de Psicologia Hospitalar oferece:
a) Acolhimento, Avaliação Psicológica e Acompanhamento Psicológico com escuta qualificada e empática entre outras condutas;
b) Orientação Psicológica (temporal, alopsíquica e autopsíquica);
c) Preparo para Condutas e/ou Procedimentos clinicos;
d) Preparo Psicológico Pré-Cirúrgico;
e) Acompanhamento Psicológico Pós-Cirúrgico;
f) Preparo Psicológico para Alta Hospitalar.


Os atendimentos do Serviço de Psicologia Hospitalar se estendem tanto aos casos clínicos como aos casos cirúrgicos. Desta forma, os atendimentos ocorrem nas seguintes situações:
a) A pedido da equipe de saúde;
b) Por triagem de prontuário;
c) A pedido do paciente e/ou familiares.
d) A pedido de servidores da instituição.

Com relação à família, o Serviço de Psicologia Hospitalar oferece:
a) Atendimento Psicológico aos Familiares, orientando sobre as condições necessárias ao restabelecimento bio-psico-sócio-cultural do paciente;
b) Orientação e Acompanhamento Psicológico às Famílias de Pacientes em caso de óbito;
c) Preparo do Pai para Acompanhamento do Parto.

5 ATUAÇÃO PROFISSIONAL

5.1 Acolhimento: É o contato inicial com a pessoa e/ou família que será atendida e inserida no acompanhamento. Momento de estabelecimento de vínculos, exige do profissional escuta sensível das demandas. É o momento também de apresentar o serviço e fornecer informações sobre o que é ofertado, esclarecendo possíveis dúvidas. Deve possibilitar a aproximação do usuário com o serviço.

5.2 Atendimento breve focal: É a técnica de atender o paciente concentrando-se os esforços em manter o foco no problema gerador do sofrimento, enfatizando-se a eficácia dentro de um limite de tempo reduzido. Na maternidade não existe a garantia de que o paciente atendido estará presente no dia seguinte, o que faz com que o trabalho a cada consulta tenha um início, meio e fim. Sem contar que, quando se preconiza que o paciente fique livre para falar sobre o que quiser, está se priorizando a queixa principal dele e não a do diagnóstico médico ou da equipe.

5.3 Urgências psicológicas: Os(as) psicólogos(as) realizam atendimento dos(as) usuários(as) que se adentram a maternidade em situações de urgência.
Nota: São exemplos deste tipo de atuação os seguintes relatos: Violência sexual e violência doméstica.

5.4 Intervenção em crise: atendimento a usuário ou funcionário que esteja em colapso emocional intenso ou transtorno psíquico agudo.

5.5 Atendimento em grupo: o profissional pode atuar na coordenação de grupos afins. Ele pode realizar tais atividades sozinho, em dupla ou com outros profissionais da unidade.

5.6 Triagens, orientações, avaliação e acompanhamento: O(a) profissional da Psicologia realiza o processo de triagem de casos de demanda espontânea e de encaminhamentos da rede de serviços. São também desenvolvidas orientações diversas aos(às) usuários(as) e/ou familiares e aos(às) componentes da equipe na qual trabalham.

5.7 Relatórios, pareceres, laudos e prontuários: Elaboração de relatórios, laudos e pareceres psicológicos, bem como o registro dos casos nos prontuários.

5.8 Trabalhar em equipe multiprofissional: O trabalho em equipe multiprofissional e interdisciplinar faz parte dos objetivos e da organização do trabalho na Maternidade. Em equipe cabe o planejamento, a realização e o acompanhamento/seguimento de muitas ações neste contexto. Também são realizadas ações com os(as) profissionais da área de assistência social, conselhos tutelares, judiciário, bem como estagiários(as) de faculdades ou cursos de extensão que desenvolvem atividades na maternidade.
Nota 1: Melhor seria que o psicólogo não assumisse a função de intercâmbio equipe-paciente, tal como dar diagnóstico ao paciente, pois, se existem dificuldades de comunicação, existe indisponibilidade de algum dos lados. Ao assumir esta tarefa, estará passando por cima da possibilidade de trabalhar os verdadeiros motivos que impedem a equipe ou o paciente de falar sobre esta dificuldade, normalmente ligada à angústia de ambos.
Nota 2: De acordo com a ética profissional nenhum profissional de saúde pode impor o seu trabalho. O paciente pode ou não aceitar determinado atendimento. É verdade que, na maioria das vezes, o pedido vem da equipe e não do paciente; considerar que uma pessoa possa ser atendida pelo psicólogo sem que esta o queira, parece impossível. O psicólogo oferece o trabalho, tem a função de ouvir e, a partir do diagnóstico e da fala do paciente, e situa a demanda, se houver.

5.9 Ministrar cursos, palestras, conferências e workshops: O psicólogo, dentro de suas qualificações e atribuições, pode ministrar cursos, palestras e conferências e realizar workshops com vistas à humanização em saúde e para a melhoria da qualidade de vida do usuário e dos profissionais da maternidade ou qualquer outro tema relacionado à saúde psicológica.

6 ATUAÇÃO ESPECÍFICA DO PSICÓLOGO NOS SETORES DA MATERNIDADE
Assim como qualquer outra maternidade do mundo, o Hospital Materno Infantil (HMI) de Boa Vista possui características únicas. São particularidades e idiossincrasias que demandam atenção e atuação personalizada da equipe psicológica diante das necessidades específicas apresentadas em diversas alas da unidade.

6.1 Ala das pedras preciosas
UTI e demais setores de atendimento neonatal
  • Acolhimento aos pais e familiares na Unidade neonatal;
  • Auxiliar no esclarecimento das condições de saúde do bebê, dos cuidados dispensados, das rotinas e horários de funcionamento, estimulando o livre e precoce acesso dos pais a UTI;
  • Estimular o Método Canguru junto à equipe multidisciplinar, pais/responsáveis pela criança;
  • Oferecer suporte emocional aos pais frente ao impacto de internação do bebê;
  • Assegurar atuação dos pais e da família como modulares do bem estar do bebê;
  • Orientar sobre a importância dos cuidados maternos e paternos e sua presença com o RN para formação de laços afetivos;
  • Acompanhar e apoiar os pais no processo contínuo de formação de laços afetivos;
  • Estimular as mães quanto a importância da Ordenha no Banco de Leite no período de internação dos bebê;
  • Acompanhar, orientar e oferecer suporte emocional aos pais, familiares e equipe multiprofissional em situação de óbito, favorecendo dentro da UTI um espaço privado para o manuseio da família com o corpo do bebê (toque, colo, carinho) respeitando o tempo para elaboração de luto;
  • Dar suporte a equipe na superlotação da UTI e no excesso de crianças graves;
  • Facilitar o acesso de pessoas escolhidas pelos pais em situações de bebês sem bom prognóstico;
  • Realizar preparação psicológica prévia à visita da família nuclear aos bebês estáveis, quando necessário;
  • Realizar registros dos atendimentos psicológicos no prontuário.
    6.2 Ala das rosas
  • Mães com recém nascidos
  • Acolhimento aos familiares, acompanhantes e visitantes das pacientes internas;
  • Mediar conflitos na triangulação familiar x equipe x paciente;
  • Mediar conflitos entre paciente e família;
  • Orientações quanto aos procedimentos médico-hospitalares da unidade;
  • Oferecer suporte psicológico aos pacientes com dificuldade de adesão ao tratamento;
  • Estimular, junto à equipe multidisciplinar, quanto à importância de o paciente aderir ao tratamento;
  • Reforço do vínculo afetivo e fortalecimento dos laços familiares, quando necessário;
  • Suporte emocional e acompanhamento diante da perda do Bebê (óbito fetal e feto morto) trabalhando sentimento de culpa e elaboração do luto;
  • Realizar registros dos atendimentos psicológicos no prontuário.

6.3 Ala dos girassóis
  • Gravidez de alto risco
  • Fornecer suporte emocional diante dos conflitos gerados pelo risco gestacional e abortamento;
  • Acompanhar e atenuar pacientes em crises ansiosas, medos e angústias diante da hospitalização prolongada;
  • Acompanhamento psicológico pré e pós cirúrgico, conforme solicitação médica.

6.4 Ala das margaridas
  • Patologias gineco-obstétricas, processo de abortamento
  • Realizar suporte psicológico pré e pós cirúrgico, em casos de crises emocionais;
  • Realizar suporte psicológico pré e pós diagnóstico de doenças gineco-obstétricas, quando solicitado;
  • Fornecer suporte e acompanhamento psicológico à pacientes diagnosticadas com câncer;
  • Realizar suporte e acompanhamento psicológico diante do abortamento;
  • Fornecer suporte psicológico aos familiares dos pacientes internados, quando necessário;
  • Realizar registros dos atendimentos psicológicos no prontuário.

6.5 Ala das violetas
Centro cirúrgico
  • Atendimento psicológico de pacientes em crise emocional no pré operatório, quando solicitado;
  • Acompanhamento de pacientes no pós cirúrgico, conforme solicitação médica;
  • Dar suporte emocional aos acompanhantes e familiares, quando solicitado;
  • Realizar registros dos atendimentos psicológicos no prontuário.
OBSERVAÇÃO: O psicólogo deverá seguir as normas de paramentação do centro cirúrgico durante os atendimentos nesse ambiente.

6.6 Ala das orquídeas
Pré e pós parto
  • Preparo psicológico para condutas e/ou procedimentos, quando solicitado;
  • Preparo Psicológico pré parto, quando solicitado;
  • Suporte e acompanhamento psicológico no pós parto, quando solicitado;
  • Dar suporte emocional aos acompanhantes e familiares de pacientes que estão no pré parto, quando necessário;
  • Ser agente mediador de conflitos entre equipe x paciente x família;
  • Realizar registros dos atendimentos psicológicos no prontuário.

6.6 Casa da Gestante
Acomodação de pacientes que receberam alta, mas ainda estão com bebês na UTI ou paciente
  • Preparo psicológico para condutas e/ou procedimentos,
7 ASSISTÊNCIA EM SITUAÇÃO DE LUTO
  • Após a notícia do óbito ter sido dada pelo médico, o psicólogo, quando solicitado, desempenha as seguintes funções:
  • Acolhe pacientes, familiares ou responsáveis;
  • Fornece apoio emocional e oferece acompanhamento psicológico;
  • Oferece suporte emocional ao acompanhante e/ou familiares do paciente.

8 ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NOS ATENDIMENTOS ÀS VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA
Em parceria com a Secretaria de Segurança Pública do Estado de Roraima, a Secretaria de Saúde elegeu o HMI como centro de referência para o atendimento de pessoas vítimas de violência e abuso sexuais e violência contra a mulher.
Enquanto não se define nesta instituição protocolo multiprofissional padronizado das rotinas do atendimento a essas vítimas, a atuação do psicólogo pode ser assim delineado:
  • Fornecer acolhimento;
  • Avaliar o estado emocional da vítima e oferecer suporte psicológico;
  • Estimular a adesão à rotina de exames e medicação profilática;
  • Auxiliar a vítima a se organizar psiquicamente e apoiá-la emocionalmente para o boletim de ocorrência;
  • Avaliar a dinâmica psicossocial e interpessoal da vítima, e relatar sobre a importância do apoio familiar, social e religioso;
  • Identificar possíveis quadros psicopatológicos e se necessário, encaminhar para avaliação psiquiátrica;
  • Encaminhar a vítima para acompanhamento psicológico na Rede de assistência à violência (Ex.: CREAS-SEV);
  • Emitir parecer ou relatório psicológico, quando solicitado;
  • Compartilhar somente informações relevantes para qualificar o serviço prestado com outros profissionais envolvidos no atendimento, contribuindo para não revitimizar a vítima.
OBSERVAÇÃO: Caso a vítima já tenha sido atendida em outra unidade por psicólogo, disponibilizar apoio e suporte emocional e realizar o devido encaminhamento.

9 ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NOS ATENDIMENTOS DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA
O Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth realiza o Acolhimento com Classificação de Risco como critério de avaliação de prioridade no atendimento aos seus usuários. Quando no acolhimento for identificada a necessidade de atuação do psicólogo, este deverá atentar-se para as seguintes práticas:
  • Oferecer suporte ao paciente em casos de surto psicótico ou neurótico;
  • Auxiliar na identificação e natureza do surto;
  • Quando necessário, realizar encaminhamento psiquiátrico de urgência ao Pronto Socorro do Hospital Geral de Roraima (HGR);
Oferecer suporte emocional aos familiares dos pacientes em situações de emergência, quando necessário ou quando solicitado pela equipe multidisciplinar.
Nota: O Ministério da Saúde define Classificação de risco como: “(...) ferramenta que, além de organizar a fila de espera e propor outra ordem de atendimento que não a ordem de chegada, (... )[visa] garantir o atendimento imediato do usuário com grau de risco elevado; informar o paciente que não corre risco imediato, assim como a seus familiares, sobre o tempo provável de espera; promover o trabalho em equipe por meio da avaliação contínua do processo; dar melhores condições de trabalho para os profissionais pela discussão da ambiência e implantação do cuidado horizontalizado; aumentar a satisfação dos usuários e, principalmente, possibilitar e instigar a pactuação e a construção de redes internas e externas de atendimento” (BRASIL, 2009, p. 25).

10 ATENDIMENTO AO SERVIDOR DO HMI-NSN
Realizar atendimento psicológico individual aos servidores que busquem de maneira espontânea o Serviço de Psicologia da unidade. Disponibilizar escuta qualificada, oferecer suporte emocional e se necessário ao momento, orientar o servidor a procurar acompanhamento psicoterápico e/ou realizar o devido encaminhamento para a rede ambulatorial de assistência à Saúde.

11 POSTURA PROFISSIONAL DURANTE O ACOLHIMENTO E O ATENDIMENTO
Além de influenciadores de comportamento e formadores de opinião, o psicólogo é envolvido por uma mítica que o coloca em posição de evidência no ambiente onde atua, por isso, ele deve estar particularmente atento à imagem que possa estar passando aos outros. Assim, norteado pela moral e pela ética e seguindo princípios da boa convivência, o psicólogo deve observar e controlar os fatores objetivos e subjetivos do seu próprio comportamento em suas relações interpessoais. Portanto, é extremamente desejável ao profissional:
  • Manter-se em postura receptiva e acolhedora;
  • Ser cordial, respeitoso e gentil;
  • Manter contato visual efetivo para o usuário;
  • Saudá-lo (bom dia, boa tarde, boa noite ou, pois não? Em que posso ajudá-lo?);
  • Perguntar à paciente o seu nome e anotar para não esquecer;
  • Despedir-se (até logo, etc.);
  • Ouvir atentamente antes de falar;
  • Usar tom de voz baixo, porém audível;
  • Manter a equidade no atendimento;
  • Estar prontamente disponível nas situações de urgências;
  • Estar atento ao seu atendimento e à pessoa que está atendendo;
  • Manter-se calmo em situações conflituosas que surjam durante o seu atendimento, demonstrando paciência e não revidando as agressões;
  • Apresentar-se adequadamente trajado;
  • Estar higienizado;
  • Aparência agradável (maquiagem e acessórios discretos, cabelos organizados, barba feita e/ou aparada).

12 REGIME DE PLANTÃO
Entende-se por regime de plantão toda e qualquer situação onde apenas uma pequena parte da equipe de psicologia (um ou dois psicólogos), por motivos ordinários ou extraordinários, fica responsável pelo atendimento em toda unidade da maternidade.

12.1 Plantões diurnos
  • Finais de semana, recessos e feriados:
  • Nos postos de enfermagem, identificar-se profissionalmente, verificar se há alguma necessidade atual de atendimento e colocar se disponível à futuras necessidades.
  • Permanecer na sala, preparado para atender às solicitações de atendimento;
  • No intervalo em que se ausentar da sala para efetuar atendimento nas alas: Tirar o telefone do gancho e colocar aviso na porta (o aviso deve sinalizar sua presença na unidade e informar seu telefone de contato). Ao retornar à sala, remover aviso e recolocar o telefone no gancho;
  • Caso haja necessidade de se ausentar temporariamente da unidade, informar profissional adequado.

12.2 Plantões noturnos
Período compreendido entre as 19h às 7h:
Além do preconizado no item 14.1, o profissional deve:
Por motivos de segurança, manter a porta trancada enquanto estiver no repouso.


13 LANÇAMENTOS, ANOTAÇÕES E SOLICITAÇÃO

13.1 Lançamentos em Prontuários: Nos prontuários estarão registradas as informações de cada indivíduo/família contendo especificidades de cada caso. Devem ser registrados todos os procedimentos adotados, identificando, basicamente:
A demanda: Sinais e/ou sintomas observados;
O que foi efetuado: Psicoterapia breve, apoio emocional, suporte em situação de luto, orientação cognitiva, etc);
O resultado: Reação do usuário diante da intervenção psicológica;
Deve considerar as intervenções e metodologias adotadas, os resultados alcançados e a maneira de lidar com as experiências de cada individuo e/ou família.

13.2 Relatório Técnico: Deve conter informações sobre as ações desenvolvidas no atendimento aos indivíduos e/ou famílias acompanhadas pela equipe na maternidade. Através do relatório deve ser possível observar o processo do atendimento e acompanhamento da paciente ao longo do tempo, trazendo informações relevantes para compreensão do caso em tela.
Nota: é preciso observar o disposto na Resolução do CFP nº 07 de 2003, que dispõem sobre a produção de documentos. Segundo a referida Resolução, os relatórios devem conter uma redação bem estruturada e apropriada ao que se destina. Nele as afirmações devem apresentar sustentação em seu corpo, com análise do que é apresentado e uma conclusão decorrente do que foi desenvolvido no atendimento e acompanhamento. O relatório deve considerar e analisar os condicionantes históricos e sociais e seus efeitos na constituição dos sujeitos, trazendo para reflexão os aspectos subjetivos que se implicam na relação indivíduo e seu contexto psicossocial e que por vezes constituem dinâmica de relações.
Na elaboração de documentos a(o) psicóloga(o) deve também observar os princípios e dispositivos do Código de Ética Profissional do Psicólogo. Observa-se ainda, que tais relatórios não devem se confundir com a elaboração de “laudos periciais”, relatórios ou outros documentos com finalidade investigativa que constituem atribuição das equipes interprofissionais dos órgãos do sistema de defesa e responsabilização.

13.3 Passagem de plantão: Consiste na anotação, em livro próprio, de casos que demandem maior atenção ou pacientes que necessitem de continuidade no acompanhamento.
A anotação deve conter localização, descrição e identificação.
Localização: Data, hora, nome, idade, enfermaria e leito do paciente.
Descrição: Sucinto relato do problema e do que foi realizado.
Identificação: Nome legível e/ou carimbo do profissional e sua rubrica.
Esse livro, por conter informações sigilosas, deve ser resguardado e ter acesso único e exclusivo da equipe de psicólogos do HMI, salvo em situações definidas em lei e pelo código de ética profissional.
Nota 1: Em caso de necessidade de continuidade, marcar com asterisco (*) na frente do nome do paciente para facilitar a visualização.
Nota 2: O profissional que deu continuidade ao atendimento marcado com (*) deve informar a realização do acompanhamento dando “Ok” e rubricando logo abaixo da solicitação.

13.4 Livro Ata: Livro próprio onde a equipe psicológica lança anotações referentes a reuniões, decisões, deliberações ou qualquer outro tipo de informação relevante à organização e execução do serviço. Deve ser preenchido pelo(s) redator(es) em linguagem coerente, sucinta e precisa em letra legível. A ata deve ser assinada pelos profissionais que participaram da reunião.

13.5 Folha de produção: Deve estar devidamente preenchida e entregue no último dia funcional do(a) psicólogo(a) em cada mês.

13.6 Folha de atrasos: Deve ser devidamente preenchida e entregue à coordenação toda vez que ocorrer atraso na entrada ou saída do expediente.

13.7 Folha de mudança de plantão: Deve ser devidamente preenchida e entregue á coordenação toda vez que forem feitas trocas de plantão.

13.8 Solicitações de conserto: Se o psicólogo detectar falha ou avaria no sistema elétrico, hidráulico, pintura, forro, janela, porta, ar condicionado, computador ou qualquer outro equipamento da maternidade usado pela psicologia, deverá solicitar, o mais rápido possível, reparo do mesmo.
A solicitação do reparo deverá ser feita ao setor de manutenção da maternidade, através do preenchimento da guia de solicitação de conserto. Essa guia deve ser preenchida em três vias, sendo que a terceira deve ficar de posse da psicologia, devendo ser devolvida apenas ao término do conserto.

14 REUNIÕES DA EQUIPE

14.1 Reuniões multidisciplinares: Tem como objetivo debater e problematizar o trabalho articulado e integrado, avaliar e definir caminhos possíveis para seu desenvolvimento. Traz para reflexão questões operacionais e referentes às relações e articulações da equipe multidisciplinar. Não haverá tomada de decisão, até que todos os psicólogos da maternidade sejam devidamente informados e deliberem, democraticamente, sobre o assunto.

14.2 Reuniões da equipe psicológica com a gestão: Momento em que a equipe, junto à gestão (coordenação e/ou direção) pode avaliar e discutir as atividades desenvolvidas, possibilitando rever o planejamento, as metas, as condições de trabalho ou qualquer outro assunto organizacional. Não haverá tomada de decisão, até que todos os psicólogos da maternidade sejam devidamente informados e deliberem, democraticamente, sobre o assunto.

14.3 Reunião da equipe psicológica para discussão de caso: Espaço para realizar estudo e análise dos casos em acompanhamento no serviço. O objetivo é ampliar a compreensão de indivíduos e famílias em suas relações, particularidades e especificidades, na busca de estratégias e metodologias de intervenção para aprimorar a qualidade dos resultados.

14.4 Demais reuniões: Caso haja necessidade, a equipe poderá se reunir para deliberar sobre suas condições de trabalho, sobre as condições de atendimento aos usuários da maternidade ou sobre quaisquer assuntos relevantes ao interesse e benefício de sua classe profissional. Não haverá tomada definitiva de decisão, até que todos os psicólogos em atividade na maternidade sejam devidamente informados e deliberem, democraticamente, sobre o assunto.

15 LOCAL DE ATENDIMENTO
O atendimento psicológico pode ser realizado:
Em sala própria, devidamente adaptada para a prática da psicologia;
No leito da enfermaria onde a paciente está internada;
Nos alojamentos das mães com bebês na unidade neonatal;
Em caráter de excepcionalidade, o atendimento psicológico poderá ser realizado nas demais dependências da maternidade, desde que o local esteja em condições adequadas de higiene, segurança e privacidade.

15.1 A sala própria da psicologia: deve apresentar as condições adequadas para abrigar com segurança, privacidade e conforto, o corpo de psicólogos e os pacientes em atendimento. Deve apresentar condições salutares e ergonômicas no quesito de umidade, circulação e renovação de ar, luminosidade, temperatura e ruído. Deve possuir mobiliário em bom estado de conservação que permita a boa prática profissional e o arquivamento de informações com sigilo e segurança.

15.2 O conforto da psicologia: deve apresentar condições de segurança, privacidade, higiene, ergonomia e conforto (sonoro, acústico, visual e respiratório) ao profissional que está em regime de plantão noturno. Deve apresentar instalações sanitárias próprias e em bom estado de funcionamento e higienização. A cama, em bom estado de conservação, deve possuir colchão cuja densidade ofereça ergonomia e conforto a todos os funcionários do turno noturno.

16 ROTINA NA SALA DE PSICOLOGIA
Procedimentos para maximizar o uso adequado da sala da psicologia, com ênfase aos aspectos de manutenção e limpeza:
Solicitar a limpeza diária da sala (remoção do lixo, varredura e limpeza do chão, desinfecção de móveis e sanitários);
Manter a sala limpa e livre de restos alimentares;
Ao encontrar restos alimentares deixados na sala, dispensá-los imediatamente na lixeira;
Se, acidentalmente, algum objeto cair no chão, higienizá-lo com álcool gel antes de recolocá-lo em seu lugar de origem.
Zelar e manter a organização e a limpeza da sala;
Ligar e checar o estado geral da sala e o funcionamento dos equipamentos (micro computador, impressora, central de ar, telefone, outros), informando e anotando eventuais defeitos e avarias e solicitando os devidos reparos aos setores competentes;
Zelar pela segurança: Manter os arquivos e armários trancados. Evitar a permanência de pessoas estranhas desacompanhadas, trancar portas e janelas ao deixar a sala;
Economia: Apagar as luzes quando não forem úteis. Desligar o ar condicionado quando necessário;
Ventilação: Em cada turno manter a janela por alguns minutos até que ocorra a devida renovação do ar.

17 HIERARQUIA
A psicologia no HMI está ligada ao seguinte esquema hierárquico:
Ministério da Saúde (MS);
Secretaria Estadual de Saúde (SESAU);
Direção da Maternidade;
Coordenação de Terapia e Suporte.

18 ASPECTOS LEGAIS
A constituição federal, o Ministério da Saúde (regulador do SUS), a legislação estadual e o código de ética profissional formam o arcabouço legal para a atuação profissional em estabelecimento publico de saúde.

18.1 Princípios legais gerais: De acordo com a Constituição Federal (artigo 37) e com os manuais do SUS, os profissionais da saúde devem ser norteados pelos princípios gerais de atuação profissional, entendendo que princípios são normas suficientes para criar obrigações e determinar comportamentos aos cidadãos, administrados, administradores e servidores públicos.

18.2 Leis, decretos, resoluções e portarias que regulam a atividade do(a) servidor(a) público(a) estadual e do(a) psicólogo(a) hospitalar:
Lei Estadual 053/01 que dispõe sobre o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis do Estado de Roraima.
Decreto 53.462/64 estabelece a psicologia como uma profissão ligada à área da saúde.
Resolução 013/2007 do Conselho Federal de Psicologia onde estabelece que o psicólogo hospitalar trabalha em atenção secundária e terciária.
Portaria 3477/1998: Ministério da Saúde. Regulamenta o atendimento hospitalar na assistência à Gestante de Alto Risco.
Portaria 3.018/1998: Ministério da Saúde. Estabelece critérios para atendimento hospitalar na assistência à Gestante de Alto Risco.
Portaria 2.413/1998: Ministério da Saúde. Estabelece requisitos para o atendimento hospitalar de Pacientes Crônicos, portadores de múltiplos agravos à saúde, convalescentes e/ou de cuidados permanentes.




REFERÊNCIAS

BRASIL. Acolhimento e classificação de risco nos serviços de urgência. Política nacional de Humanização da atenção e Gestão do SUS. – Brasília : Ministério da saúde, 2009.

______. Atenção humanizada ao recém-nascido de baixo peso: método mãe-canguru: manual do curso / Secretaria de Políticas de Saúde. Área da Saúde da Criança. – 1.ª edição. – Brasília: Ministério da Saúde, 2002.

______. Ministério da Saúde, Ministério da Justiça, Secretaria de Políticas para as Mulheres/PR. Atenção humanizada às pessoas em situação de violência sexual com registro de informações e coleta de vestígios: normas técnicas. 1ª edição. Brasília, 2015.
Disponível em http: //www.spm.gov.br/central-de-conteudos/publicacoes/publicacoes/2015/ norma-tecnica-versaoweb.pdf

______. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Atenção às mulheres com gestação de anencéfalos : norma técnica – Brasília, 2014. Disponível em http://portalsaude.saude.gov.br/images/ pdf/2014/maio/13/anencefalianovo.pdf

______. Clínica ampliada e compartilhada.1ª ed. Brasília - Ministério da Saúde, 2010.

CARVALHO, Antonio Carlos Alencar. Manual de processo administrativo disciplinar e sindicância: à luz da jurisprudência dos tribunais e da casuística da administração pública. Brasília: Fortium, 2008.

CLAIRE, Terezinha Lazzaretti, et al. Manual de psicologia hospitalar. Curitiba, Unificado, 2007

Conselho Federal de Psicologia. Manual de elaboração de documentos, produzidos pelo psicólogo, decorrentes de avaliações psicológicas. Brasília, CFP, 2001

Conselho Regional de Psicologia. Caderno de orientação. Conselho Regional de Psicologia - 8ª Região. Curitiba, 2009.

MACHADO, Adriane Picchetto. Manual de avaliação psicológica. Curitiba: Unificado, 2007.

NOGUEIRA, C. S. Prontuário médico. Disponível em: http://www.unimes.br/aulas/MEDICINA/Aulas2005/1ano/Procedimentos_basicos_em_medicina/prontuario_medico.html>. Acesso em 12/11/2013.
SILVEIRA, M.C, Nascimentos de natimortos e as reações despertadas nos profissionais de Clínicas Obstétricas, [s.d], Obtido em 02/11/2011 no endereço eletrônico: http://www.psicosyn.com/artigo3.htm.

WEIL, Pierre. Manual de psicologia aplicada. Biblioteca de Estudos Sociais e Pedagógicos, 2a. Edição, Itatiaia, Belo horizonte, 1967.
ANEXOS

I – Definições de Termos (lista por ordem alfabética)
Administração - unidade destinada ao desenvolvimento das atividades administrativas do estabelecimento de saúde.
Alojamento conjunto - modalidade de acomodação do recém-nascido normal em berço contíguo ao leito da mãe.
Ambiente - espaço fisicamente determinado e especializado para o desenvolvimento de determinada(s) atividade(s), caracterizado por dimensões e instalações diferenciadas. Um ambiente pode se constituir de uma sala ou de uma área.
Ambiente de apoio - sala ou área que dá suporte aos ambientes destinados às atividades fins de uma unidade.
Ambulatório - unidade destinada à prestação de assistência em regime de não internação.
Área para assistência de RN - ambiente destinado à execução dos primeiros cuidados do recém-nascido e à sua identificação.
Atividade - cada uma das ações específicas, que no seu conjunto atendem ao desenvolvimento de uma atribuição.
Atribuição - conjunto de atividades e sub-atividades específicas, que correspondem a uma descrição sinóptica da organização técnica do trabalho na assistência à saúde.
Barreira (contra contaminação) - bloqueio físico que deve existir nos locais de acesso a área onde seja exigida assepsia e somente se permita a entrada de pessoas com indumentária apropriada (paramentação).
Berçário - ambiente destinado a alojar recém-nascidos.
Berçário de cuidados intermediários – Ambiente hospitalar destinado à assistência ao recém-nascido enfermo e/ou prematuro sem necessidade de cuidados intensivos e/ou aqueles que receberam alta da unidade de terapia intensiva neonatal.
Berçário de cuidados intensivos – Ambiente hospitalar destinado à assistência aos recém nascidos que requeiram assistência médica, de enfermagem, laboratorial e radiológica ininterruptas.
Central de material esterilizado (CME) - unidade destinada à recepção, expurgo, limpeza, descontaminação, preparo, esterilização, guarda e distribuição dos materiais utilizados nas diversas unidades de um estabelecimento de saúde. Pode se localizar dentro ou fora da edificação usuária dos materiais.
Centro cirúrgico - unidade destinada ao desenvolvimento de atividades cirúrgicas, bem como à recuperação pós-anestésica e pós-operatória imediata.
Centro cirúrgico ambulatorial - unidade destinada ao desenvolvimento de atividades cirúrgicas que não demandam internação dos pacientes.
Centro de parto normal - unidade ou EAS que presta atendimento humanizado e de qualidade exclusivamente ao parto normal sem distócias. Caso se configure em um EAS isolado, extra-hospitalar, deve ter como referência um hospital que seja alcançável em no máximo uma hora.
Centro obstétrico - unidade destinada a higienização da parturiente, trabalho de parto, parto (normal ou cirúrgico) e os primeiros cuidados com os recém-nascidos.
CTI - conjunto de UTI agrupadas num mesmo local.
Documentação e informação - unidade destinada à identificação, seleção, controle, guarda, conservação e processamento das informações de todos os dados clínicos e sociais de paciente ambulatorial ou internado. Compreende o registro geral, o arquivo médico e estatística.
Emergência - ambiente e ações destinados à assistência de pacientes com risco de vida, cujos agravos necessitam de atendimento imediato utilizando-se técnicas complexas de assistência.
Enfermaria - ambiente destinado à internação de pacientes, dotado de banheiro anexo, com capacidade de três a seis leitos.
Estabelecimento Assistencial de Saúde (EAS) - denominação dada a qualquer edificação destinada à prestação de assistência à saúde à população, que demande o acesso de pacientes, em regime de internação ou não, qualquer que seja o seu nível de complexidade.
Estabelecimento autônomo especializado - EAS que realiza atividades especializadas relativas a uma ou mais unidades funcionais. Funciona físico e funcionalmente isolado – extra-hospitalar, dispondo de recursos materiais e humanos compatíveis à prestação de assistência.
Esterilização terminal – esterilização da embalagem e produto juntos.
Farmácia - unidade destinada a programar, receber, estocar, preparar, controlar e distribuir Medicamentos ou afins e/ou manipular fórmulas magistrais e oficinais.
Hemoterapia e hematologia - unidade destinada à coleta, processamento, armazenamento, distribuição e transfusão de sangue e seus hemocomponentes. Algumas unidades podem não executar algumas dessas atividades descritas anteriormente.
Hospital – estabelecimento de saúde dotado de internação, meios diagnósticos e terapêuticos, com o objetivo de prestar assistência médica curativa e de reabilitação, podendo dispor de atividades de prevenção, assistência ambulatorial, atendimento de urgência/emergência e de ensino/pesquisa.
Imagenologia - unidade funcional, podendo ser também uma unidade física, que abriga as atividades ou ambientes cujos exames e/ou terapias se utilizam de imagens.
Internação - admissão de um paciente para ocupar um leito hospitalar, por um período igual ou maior que 24 horas.
Isolamento - quarto destinado a internar pacientes suspeitos ou portadores de doenças transmissíveis ou proteger pacientes altamente suscetíveis (imunodeprimidos ou imunosuprimidos).
Laboratório de emergência - Laboratório de funcionamento ininterrupto que congrega todas
as atividades dos demais laboratórios, composto normalmente de um único salão subdividido em áreas distintas, onde são realizados os diversos tipos de exames. Sua existência dá-se em função do não funcionamento por 24 horas dos demais laboratórios. Serve principalmente à UTI, UTQ e Atendimento Imediato.
Lactário - unidade com área restrita, destinada à limpeza, esterilização, preparo e guarda de mamadeiras, basicamente, de fórmulas lácteas.
Lavabo cirúrgico - exclusivo para o preparo cirúrgico das mãos e antebraço.
Leito de observação ou auxiliar - leito destinado a acomodar os pacientes que necessitem ficar sob supervisão médica e ou de enfermagem para fins de diagnóstico ou terapêutica durante um período inferior a 24 horas.
Leito hospitalar - cama destinada à internação de um paciente no hospital. (Não considerar como leito hospitalar os leitos de observação e os leitos da Unidade de Terapia Intensiva).
Medicina nuclear - unidade destinada à execução de atividades relacionadas com a utilização de substâncias radioativas, para fins de diagnóstico e tratamento.
Necrotério - unidade ou ambiente destinado à guarda e conservação do cadáver.
Norma - modelo, padrão, aquilo que se estabelece como base ou unidade para a realização ou
avaliação de alguma coisa.
Normalização ou normatização - atividade que visa a elaboração de padrões, através de consenso entre produtores, prestadores de serviços, consumidores e entidades governamentais.
Parto normal – aquele que tem início espontâneo, é de baixo risco no início do trabalho de parto e assim permanece ao longo do trabalho de parto e parto, o bebê nasce espontaneamente na posição de vértice entre 37 e 42 semanas de gestação e, após o parto, mãe e bebê estão em boas condições.
Posto de enfermagem - área destinada à enfermagem e/ou médicos, para a execução de atividades técnicas específicas e administrativas.
Quarto - ambiente com banheiro anexo destinado à internação de pacientes, com capacidade para um ou dois leitos.
Radiologia - unidade onde se concentram equipamentos que realizam atividades concernentes ao uso de Raios X para fins de diagnóstico.
Radioterapia - unidade destinada ao emprego de radiações ionizantes com fins terapêuticos.
Resíduos de Serviços de Saúdes (RSS) – resíduos resultantes das atividades exercidas por estabelecimento gerador, classificado de acordo com regulamento técnico da ANVISA sobre gerenciamento de resíduos de serviços de saúde.
Rouparia – sala, área para carro roupeiros ou armário destinado à guarda de roupa proveniente da lavanderia.
Sala de entrevistas (UTI) – ambiente destinado ao atendimento de acompanhantes de pacientes internados na UTI, com vistas ao repasse de informações sobre o mesmo.
Sala de pré-parto - ambiente destinado a acomodar a parturiente durante a fase inicial do trabalho de parto. O quarto individual de internação pode ser utilizado para esta atividade.
Sala de preparo de equipamentos e materiais - ambiente destinado a realização dos diversos procedimentos de limpeza e desinfecção de equipamentos e materiais médico hospitalares (respiradouros, sondas, etc.). Deve ser dotado de ducha para limpeza destes equipamentos.
Sala de recuperação pós-anestésica - ambiente destinado à prestação de cuidados pós-anestésicos e ou pós-operatórios imediatos a pacientes egressos das salas de cirurgia.
Sala de resíduos - ambiente destinado à guarda interna provisória de recipientes de resíduos sólidos (lixo) segregados até seu recolhimento ao abrigo de recipientes de resíduos.
Sala de serviço - ambiente destinado exclusivamente as atividades de enfermagem da unidade.
Sala de utilidades ou expurgo - ambiente destinado à limpeza, desinfecção e guarda dos materiais e roupas utilizados na assistência ao paciente e guarda temporária de resíduos. Deve ser dotado de pia e/ou esguicho de lavagem e de pia de despejo com válvula de descarga e tubulação de esgoto de 75mm no mínimo. Nos EAS de nível primário, pode-se dispensar a área de lavagem e descontaminação da central de material esterilizado – simplificada em favor da sala de utilidades.
Sala para PPP - ambiente específico para realização, exclusivamente, de partos não cirúrgicos através de técnicas naturais onde o pré-parto, o parto e o pós-parto acontecem no mesmo ambiente, tornando assim o parto mais humanizado, com a participação intensa de acompanhantes (marido, mãe, etc.) da parturiente. A sala deve possuir em todas as faces, elementos construtivos ou de decoração que permitam o completo isolamento visual e, se possível acústico.
Sala para AMIU - ambiente destinado à aspiração manual intra-uterina, realizada com anestesia local.
Tipologia - são os diversos modelos funcionais, resultantes do conjunto de atribuições que juntas compõe a edificação do estabelecimento de saúde.
Unidade - conjunto de ambientes fisicamente agrupados, onde são executadas atividades afins.
Unidade de acesso restrito - unidade física com barreira e controle de entrada e saída de pessoas e de material. Possui todo conjunto de ambientes fins e de apoio dentro da própria área da unidade.
Unidade funcional - conjunto de atividades e sub-atividades pertencentes a uma mesma atribuição.
Urgência de alta complexidade - unidade destinada à assistência de pacientes sem risco de vida, cujos agravos necessitam de atendimento imediato utilizando-se técnicas complexas de assistência.
Urgência de baixa complexidade - unidade destinada à assistência de pacientes sem risco de vida, cujos agravos necessitam de atendimento imediato utilizando-se técnicas simples de assistência. Pode estar inserida na Unidade de Emergência ou de Alta Complexidade.
UTI - Unidade de terapia intensiva - unidade que abriga pacientes de requeiram assistência médica, de enfermagem, laboratorial e radiológica ininterrupta.
UTI neonatal - berçário de cuidados intensivos com todos os ambientes de apoio necessários.





Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Cartão da Gestante - Como Usar

As 3 fases do Trabalho de Parto

Como aliviar a dor durante o trabalho de parto