Cartão da Gestante - Como Usar

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Se você chegou aqui, certamente é porque também, assim como eu, tem (ou teve) muitas dúvidas a respeito da Carteira, Caderneta ou o bem conhecido Cartão da Gestante.

E trago pra você uma boa notícia: Neste post, vamos entender o Cartão da gestante – aquelas siglas estranhas, aquelas linhas cheias de números e aqueles nomes estranhos de um monte de exames que pedem pra gente no decorrer da gestação. Você ainda pode deixar suas dúvidas a respeito do Cartão nos comentários e vou procurar ajudar no que for possível!

O que é o Cartão da Gestante?

Criado no Brasil em 1988, esse cartão tem como função registrar as principais informações da gestante e do desenvolvimento da gestação. Por isso esse cartão é extremamente
importante em casos de urgência e emergência. Deve ser entregue a todas as gestantes, independente de ser rede pública, conveniada ou particular, logo na primeira consulta de pré natal (ou na triagem com a enfermagem, caso seja o modelo de atendimento da rede pública local).
É importantíssimo que o/a obstetra que acompanham a gestação, faça anotações legíveis e completas neste cartão, de forma que qualquer profissional que venha a atender a gestante em alguma intercorrência ou consulta de rotina, entendam como foi e como está sendo a evolução da gestação.
Vale lembrar que é importante sempre levar seu cartão em passeios e viagens, para o caso de precisar de algum atendimento urgente.

Entendendo o cartão da gestante

Vou utilizar neste post, os modelos que eu tenho a disposição, que são os das minhas duas gestações. Mas, pesquisando nessa vasta internet, encontrei uma infinidade de modelos diferentes e, pelo que entendi, cada estado tem um tipo ou, cada prefeitura pode também, solicitar em gráficas, modelos mais simples com o logotipo de cada prefeitura (que foi o caso dos meus cartões). Tenho um cartão do médico de convênio que eu tinha na época, que é ainda mais simples e este, tive a impressão, que foi ele mesmo quem desenvolveu. E claro, tá valendo também, desde que fique claro toda a informação necessária para que qualquer profissional possa entende-lo em qualquer atendimento.




Meus cartões Pré Natal – Da primeira gestação, unicamente pelo SUS. Da segunda gestação, em paralelo SUS e Convênio. Foto: Arquivo pessoal

Siglas

DUM = Data da Última Menstruação
DPP = Data Provável do Parto
DPP(DUM) = Data Provável do Parto, baseado na Data da Última Menstruação
USG = Ultrassom
DPP(USG) = Data Provável do Parto baseado na Ultrassom
IG = Idade Gestacional
IG(DUM) = Idade Gestacional baseado na DUM
IG(USG) = Idade Gestacional baseado na USG
PA ou PAmmHg = Pressão Arterial (O mmHg significa “milímetros de mercúrio”, que é a unidade utilizada para aferir a Pressão Arterial)
AU = Altura Uterina (Será medida, com fita métrica, da sínfise púbica até o fundo do útero, em todas as consultas. Serve para diagnosticar o crescimento adequado (ou não) do bebê; estimar IG e possibilidade de gestação gemelar, caso da AU não seja compatível com a IG) e anotado num gráfico.




Cartão da Gestante
Anotações corretas e legíveis facilitam muito a leitura das informações no decorrer da gestação. Meu primeiro cartão está bonitinho. O segundo… ninguém merece. O terceiro está razoável… Foto: Arquivo pessoal
Cartão Gestante
Nesse gráfico deveriam constar “pontos” da medida de AU em cada consulta. Da primeira gestação não teve. Na segunda gestação, SUS, teve bem meia boca. O Cartão do convênio sequer tinha gráfico :s . Foto: Arquivo Pessoal

BCF = Batimentos Cardíacos Fetais (considerado normal de 120 a 160)
MF = Movimentos Fetais
HBsAg = Exame de Hepatite B (essa sigla não tem em todos os cartões, pode aparecer simplesmente como Hepatite B)
VAT = Vacinação AntiTetânica (alguns cartões possuem um local específico e bem detalhado para essa vacinação)
PPF = Protoparasitológico de fezes (exame solicitado caso o/a obstetra ache necessário)
ILA = Índice de Líquido Amniótico
CMV = Citomegalovírus

Outras informações

EDEMA = O inchaço que pode ocorrer ou não. O aparecimento de edemas, dependendo
de sua forma (limitados aos membros inferiores ou generalizada) será devidamente avaliado e, se necessário, encaminhado ao serviço de alto risco.
PESO = É anotado, em toda consulta, o peso da gestante. Esse peso deve corresponder a uma tabela, padrão em todo território brasileiro, onde se leva em conta a altura da gestante e o peso antes da gestação. A maioria das carteiras da gestante tem um gráfico onde o/a obstetra devem (ou deveriam) anotar o peso de acordo com a IG, para ter, visualmente, uma ideia do ganho de peso dessa gestante no decorrer da gravidez.




Cartão da Gestante
O Gráfico para acompanhar o ganho de peso, da mesma forma, deve ser adequadamente preenchido. Da primeira gestação, nada… na segunda, marcado apenas duas vezes. Foto: Arquivo pessoal

Exames

Serão solicitados no início do pré natal, os seguintes exames de rotina:
Grupo sanguíneo e fator Rh, quando não realizado anteriormente; = Grupo Sanguíneo: Para identificar o tipo sanguíneo da mãe, caso seja necessário receber sangue ou fazer transfusão; Fator Rh, para identificar o risco de desenvolver eritoblastose fetal – quando o sangue da mãe e do bebê são diferentes, o organismo materno pode acabar desenvolvendo anticorpos contra as células fetais, prejudicando uma futura gestação.
Sorologia para sífilis (VDRL) = A sífilis pode prejudicar o desenvolvimento do bebê, causando má formação, surdez, dificuldade de aprendizado, alterações ósseas, parto prematuro e até mesmo morte fetal. Por isso esse exame é muito importante.
Urina (tipo I) = para identificar proteínas, bactérias e sangue e, através destes resultados, possível eclampsia, infecções urinárias ou problemas renais.
Hemoglobina (Hb) = identificar anemia.
Glicemia de jejum = para identificar diabetes gestacional.
Colpocitologia oncótica (se necessário) = O exame Papa Nicolau, como é conhecido, para identificar câncer de colo de útero, caso a gestante não o tenha feito nos últimos 3 anos.
Anti-HIV = Realizado em todas as gestantes, serve pra identificar a presença ou não de anticorpos anti-HIV
Hepatite B e C = Identifica presença ou não a presença de anticorpos das Hepatites B e C.
Toxoplasmose = Identifica presença ou não a presença de anticorpos da Toxoplasmose
Rubéola = Identifica presença ou não a presença de anticorpos da Rubéola
Citomegalovírus = Identifica ou não a presença de anticorpos do Citomegalovírus




Cartão da gestante
A maioria dos cartões tem padrões de exames de rotina. Uns ou outros podem apresentar alguns diferentes, que ficam a critério médico solicitar ou não. Foto: Arquivo pessoal

Vacinação

É feita a vacinação Antitetânica (dupla adulto) para prevenção do tétano na mãe e no bebê e, anotado no cartão da gestante (alguns cartões tem apenas a sigla VAT)

Outras informações 2

Antecedentes clínicos: Achei essa informação mais completa nos cartões do SUS do que no cartão do médico de convênio. Talvez porque ele anote tudo no computador dele. Nessa parte consta dados pessoais e familiares, como histórico de DIABETES, TUBERCULOSE, TABAGISMO, ALCOOLISMO, GÊMEOS, HIPERTENSÃO, HIV / HEPATITE, MALFORMAÇÃO, ALERGIAS e outras informações variadas, como INFERTILIDADE E CARDIOPATIAS.




Cartão da Gestante
Informação sobre histórico obstétrico ou antecedêntes clínicos são muito importantes, pois podem dar uma ideia de algum futuro tratamento ou cuidado necessário durante a gestação ou mesmo durante o parto e puerpério. Foto: Arquivo pessoal

Histórico Obstétrico: Idem ao primeiro em termos de complementar o cartão. Nessa parte consta qual gestação é daquele pré natal, se teve e quantos abortos teve, se já passou por parto normal ou cesárea, se tem natimorto e quantos, se tem nascidos vivos e quantos e algumas informações diferentes uns dos outros, como mortes neonatais, uso de fórceps e peso do RN ao nascer.

Preenchimento do cartão

Você pode e deve solicitar que o cartão seja preenchido adequadamente.
Eu passei um perrengue com o segundo cartão do SUS… mal preenchido, ilegível… se não fosse o cartão paralelo do convênio, teria sido muito mais complicado ter um histórico adequado da minha gestação para o meu Parto Domiciliar.
Sem contar que, em termos de número de atendimento a gestante de baixo risco, infelizmente a UBS do meu bairro deixava muito a desejar (na época. Hoje posso dizer que está menos pior, pois vi algumas mudanças, como inserção de palestras para as gestantes atendidas lá). Gestante de alto risco consegue ter atendimento adequado e muito mais atencioso (já acompanhei gestantes de auto risco pelo SUS e vi a enorme diferença) no hospital de referência da cidade.
O mínimo preconizado pelo Ministério da Saúde são 6 atendimentos pré natal… é visível a diferença do meu primeiro pré natal SUS para o segundo e, deste segundo SUS, para o de convênio. Em termos de quantidade de informações no cartão, o SUS está de parabéns… resta o profissional preenche-lo adequadamente.




Cartão da Gestante
A diferença na quantidade de consultas pré natal é gritante e demonstra a qualidade do serviço de saúde (pública, particular ou conveniada). Mesmo que seja preconizado pelo MS o mínimo de 6 consultas, infelizmente, a realidade em várias regiões do país é muito diferente 🙁 . Foto: Arquivo Pessoal

Fonte: https://blog.casadadoula.com.br/2018/02/27/entendendo-o-cartao-da-gestante-o-rg-da-gestacao/

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