Parto Normal


Parto ou nascimento é o termo (fim) de uma gravidez, em que um ou mais bebés deixam o útero da mulher. Pode durar até 42 semanas de gestação. O parto pode ser NATURAL, INDUZIDO, ou CIRÚRGICO (cesariano). O método de parto mais comum é o parto vaginal. O trabalho de parto NATURAL divide-se em três períodos: 

1 - a diminuição da espessura e dilatação do colo do útero; tem geralmente a duração de 12 a 19 horas. Essa primeira fase tem início com dores abdominais ou nas costas com a duração de meio minuto e com intervalo entre elas de 10 a 30 minutos. À medida que o tempo passa, as dores tornam-se mais intensas e ocorrem a intervalos cada vez menores. Pode ocorrer a expulsão do tampão mucoso (liquido que escorre da vagina em pequena quantidade). Também podem ocorrer pequenos sangramentos.

2 - a descida e expulsão do bebé; dura de vinte minutos a duas horas. Durante a segunda fase ocorrem as contrações mais fortes que expulsam o bebé.

3 - a expulsão da placenta, dura de cinco a trinta minutos. Nesta fase é expulsa a placenta e cortado o cordão umbilical, 

Na maior parte dos nascimentos é a cabeça a primeira parte do corpo a passar pelo canal de parto. No entanto, em cerca de 4% verifica-se apresentação pélvica, em que o bebé apresenta os pés ou as nádegas virados para o canal de parto. Durante a maior parte do trabalho parto a mulher geralmente pode comer e caminhar à vontade. Não é recomendado fazer força durante a primeira fase ou durante a passagem da cabeça, nem a utilização de enemas. Embora seja comum a realização de uma pequena incisão na abertura da vagina, denominada episiotomia, geralmente não é necessária. 

Primeiro período do parto - período de dilatação

Um parto humano típico começa com o início da primeira fase do parto: contrações do útero, inicialmente com frequência de 2 a 3 em cada 10 minutos e com duração aproximada de 40 segundos. Ocasionalmente, o rompimento da bolsa que reveste o bebê (bolsa dágua). As contrações aceleram até que ocorram com frequência de 5 a cada 10 minutos e duração de 70 segundos, quando se aproxima a expulsão do feto. Na expulsão, somam-se as contrações uterinas aos esforços expulsivos voluntários da mãe.
O trabalho de parto pode se iniciar com o colo uterino fechado. O colo vai se abrindo com a força das contrações. O trabalho de parto também pode  começar com dilatação de 2 a 3 centímetros nas primíparas (mulheres no primeiro parto), e de 3 a 4 centímetros nas multíparas (mulheres do segundo parto em diante).
Cada contração dilata o colo uterino até que ele atinja 10 centímetros de diâmetro. A abertura do colo uterino ocorre aproximadamente na velocidade de um centímetro por hora.
A duração do trabalho de parto varia imensamente, mas, em média, dura cerca de 12 horas para mulheres parindo pela primeira vez (primíparas), ou em torno de 8 horas em mulheres que já pariram anteriormente (multíparas).

Segunda fase do parto - período expulsivo]

A segunda fase do parto inicia com o colo do útero completamente dilatado (10 centímetros) e termina com a expulsão fetal.
Duas forças agem nesse momento:
A - as contrações uterinas (involuntárias)
B - a contração voluntária da musculatura do diafragma e da parede abdominal que comprimem o útero de cima para baixo e da frente para trás. A mulher deve guardar suas energias para fazer força apenas nessa segunda fase.
O bebé usualmente nasce de cabeça, na chamada "apresentação cefálica". Em alguns casos, ocorre a apresentação dos pés ou nádegas primeiro (apresentação pélvica). Com pessoal devidamente treinado, mesmo bebés nessa apresentação ("breech") podem nascer através da vagina.
  • 95% nascem com apresentação cefálica
  • 4% nascem com apresentação pélvica
  • 1% nascem com apresentação transversa
Uma outra disposição, rara, é quando o bebê encontra-se numa posição transversal, isto é, disposto de lado no útero, e sendo a mão ou o cotovelo o primeiro a entrar no canal de parto. Neste caso, o nascimento "natural" (vaginal) não deve ser empreendido, a menos em raríssimos casos em que se pode empurrar o braço do bebê de volta, e fazê-lo voltar à posição apropriada.
Imediatamente após o parto, a criança passa por extensas modificações fisiológicas à medida que se habitua à sua respiração independente.
O estado médico da criança é avaliado através da escala de Apgar, baseada em cinco parâmetros. Quanto maior o valor, melhor está a criança.

Terceira fase - terceiro período, secundamento ou dequitadura

A terceira fase do parto compreende ao desprendimento, descida e expulsão da placenta e membranas. Ocorre entre 5 a 30 minutos após o término do período expulsivo. Ocorre pelas contrações uterinas que diminuem o volume do útero e, consequentemente, aumentam a espessura da parede muscular: com esta redução, a placenta se descola, pois não possui elasticidade. Assim, ocorre a infiltração de sangue entre a placenta e a decídua basal remanescente, originando hematoma retroplacentário.
As membranas fetais permanecem no local até que a placenta se desprenda por completo, quando se dirige à vagina e é expulsa através de contrações ou por meio de esforços manuais, ou da mãe, se não estiver sob efeito anestésico, ou do ou da assistente do parto.
A dequitação efetua-se através de dois mecanismos:
  • Central ou Baudelocque-Schultze: 75% dos casos: placenta se torna invertida sobre si e a superficie fetal brilhante aparece primeiro na saída vaginal com sangramento somente após a expulsão.
  • Marginal ou de Ducan: 25% dos casos: placenta desce lateralmente e se apresenta na saída vaginal com a superficie materna encrespada, acompanhada de discreto mas contínuo sangramento.

Quarta fase - período de Greenberg

O período de Greenberg de imediato corresponde à primeira hora depois da saída da placenta. É de fundamental importância nos processos hemostáticos (impedir o sangramento excessivo). Durante esse período, há a possibilidade maior de ocorrerem grandes hemorragias. Os mecanismos que coíbem a hemorragia pós-parto são:
  • Miotamponamento: inicia-se imediatamente depois da saída da placenta e consiste na contração potente da musculatura uterina, tamponando a saída dos vasos sanguíneos que irrigavam a placenta. Se este mecanismo não ocorrer de forma adequada, há a chamada "hipotonia uterina", que pode resultar em sangramentos excessivos e colocar a vida da mulher em risco.
  • Trombotamponamento: depende da formação de pequenos coágulos (trombos) que obliteram vasos uteroplacentários.
Após a primeira hora, o útero apresenta-se em condições normais, firmemente contraído, completando, assim, o mecanismo de hemostase.

Vantagens do parto normal

  • A recuperação é rápida;
  • Não há dor pós-parto;
  • A rápida recuperação deixa a mãe mais tranquila, o que favorece a lactação;
  • A alta é mais rápida, o que possibilita à mãe retomar seus afazeres prontamente;
  • A cada parto normal, o trabalho de parto é mais fácil do que no anterior;
  • Se a mulher vir a sofrer de mioma (patologia comum do útero), na eventual necessidade de uma operação, esta será mais fácil;
  • O relaxamento da musculatura pélvica não altera em nada o desempenho sexual;
  • A mulher participa ativamente do nascimento do filho.
  • E é menor a chance de dor pévica crônica.

Desvantagens do parto normal

A maior parte dos danos ocorridos durante o parto normal é causado pela má condução do mesmo, especialmente quando são utilizadas manobras e intervenções desnecessárias, muitas das quais condenadas pela Organização Mundial de Saúde - como episiotomia ("corte"), manobra de Kristeller (quando o médico ou enfermeiro pressiona a barriga para forçar a expulsão do bebê) e uso corriqueiro de ocitocina (hormônio que acelera as contrações). Um parto natural, realizado sem intervenções e preferencialmente em posição que ajude a saída do bebê, dificilmente causará qualquer tipo de consequência negativa.

Indicações

Três fatores devem ser levados em consideração para determinar a possibilidade ou não do parto normal:
  • a bacia (quadril), também chamada "trajeto do parto";
  • Força das contrações uterinas e o próprio feto;
  • Nenhuma intercorrência na gestação, pré-parto e trabalho de parto.
Se estes fatores forem bem proporcionados, a probabilidade de parto normal é grande.

Riscos do parto normal

  • Risco de ruptura do útero durante o trabalho de parto caso este tenha sido submetido a uma cirurgia anteriormente - como cesariana ou miomectomia (cerca de 0,5% de risco);
  • Mortalidade materna (menor do que na cesariana);
  • Mortalidade neonatal (menor do que na cesariana);
  • Prolapso anal;
  • Topoalgia perineal.

Vantagens da cirurgia cesárea

  • O nascimento é menos demorado;
  • A mãe pode decidir quando será o nascimento;
  • É realizada no mesmo dia da internação;
  • A mulher não sente dores durante o processo devido à anestesia;
  • Ter a disponibilidade do médico que a acompanhou durante o pré-natal.

Desvantagens da cirurgia cesárea

  • Recuperação mais lenta do que no parto normal;
  • Os pontos internos são absorvidos, entretanto os externos precisam ser retirados, demanda um retorno ao serviço de saúde;
  • Na recuperação a mulher sente dores, ao rir, chorar, ficar de pé, espirrar, tossindo, amamentar, ao se movimentar, também há o receio de evacuar e os pontos se abrirem;
  • A mãe não participa ativamente do nascimento;
  • Atraso na lactação;
  • Risco de morte da mãe é 16 vezes maior do que no parto normal;
  • Dobro na permanência hospitalar;
  • As dores após a cirurgia são do corte na barriga e da manipulação da cavidade abdominal pelo médico;
  • Risco de infecção, inflamação, perda do útero e hemorragia;
  • Aumenta as chances de sofrer novas cesáreas nos nascimentos seguintes;
  • O útero fica com uma cicatriz em seu músculo que é sempre um ponto mais frágil; na região, pode haver perda da sensibilidade, dor, queloides e aderências;
  • A ruptura uterina acontece em 0,2 a 1,3% das mulheres que tiveram uma a três cesáreas e pode representar risco de morte para mãe e bebê;
  • O pulmão do bebê não é comprimido durante a cesárea e ele tem maior risco de ter desconforto para respirar após ser extraído. Pode acontecer uma síndrome que leva a criança à unidade de terapia intensiva neonatal (pulmões úmidos e pneumonia, especialmente nas cesarianas marcadas antes do sinal de maturidade pulmonar);
  • A criança que nasce de cesárea passa por mais intervenções como aspiração nasogástrica, reanimação, entubação e respiração artificial;
  • A mulher deve ficar sem pegar peso e fazer esforço físico nem ginástica por pelo menos 2 meses após a cirurgia;
  • Cirurgias pélvicas como de miomas se complicam devido às aderências e às cirurgias anteriores;
  • Qualquer operação cirúrgica pode trazer complicações à saúde, o que pode prejudicar a disposição sexual;
  • Interfere com o estabelecimento do vínculo com a criança e atrasa a primeira amamentação;
  • Há chances maiores de o bebê não chorar quando nasce.

Riscos da cirurgia cesárea

  • A probabilidade de haver uma hemorragia é 10 vezes maior do que em um parto normal;
  • O risco de morte da mãe chega a ser 16 vezes maior do que no parto normal;
  • A possibilidade de depressão pós-parto da mulher é 30 a 40 vezes maior do que no parto normal;
  • Problemas com a incisão cirúrgica e anemia;
  • Aumenta a probabilidade de outra cesárea;
  • Riscos da anestesia (por exemplo, choque anafilático);
  • Morbidade materna (sete a vinte vezes maior do que no parto normal);
  • Riscos maiores de doenças respiratórias no recém-nascido;
  • Aumento da mortalidade neonatal;
  • Risco de ruptura uterina em gestação/ parto subsequentes;
  • Risco de desencadeamento de trombose em membros inferiores;
  • Riscos de paralisação dos intestinos.

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