Covid-19 (Coronavirus) e gestação
De acordo com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia e Associação de Ginecologistas e Obstetras de MG (FEBRASGO, SOGIMIG) e outras entidades de estudo médico, as informações em relação à gestação e COVID-19 ainda são limitadas e teremos mais esclarecimentos à medida que identificarmos as consequências da epidemia. Não há ainda dados de recém-nascidos com mães que tiveram a doença no primeiro e segundo trimestre, contudo, até o presente momento não se
identificou aumento das taxas de abortamentos ou malformações visíveis ao ultrassom durante o pré-natal. Importante lembrar que a hipertermia, por si só, independente da causa, é considerada um teratógeno e também, fator de risco para abortamento. A ocorrência da transmissão vertical encontra-se em estudo e não pode ser totalmente descartada, embora, estudos preliminares não identificaram a presença do vírus COVID-19 em líquido amniótico e sangue de cordão em situações de infecção materna no terceiro trimestre.
O grupo de maior risco de morbimortalidade para o Coronavírus continua sendo o grupo dos pacientes idosos e/ ou com comorbidades. Contudo, apesar das gestantes não configurarem no grupo de maior risco, elas devem redobrar os cuidados para evitar contaminação, pois seu adoecimento grave, como em qualquer doença sistêmica importante, pode comprometer a saúde do bebê, incluindo os riscos associados ao parto prematuro.
ESCLARECIMENTO DE 14 DÚVIDAS IMPORTANTES
- 1. Gestante é grupo de risco?
Pessoas idosas e aquelas que tenham problemas de saúde como hipertensão, diabetes, doenças do coração, rins ou fígado são consideradas de mais riscos. Gestantes, por sua vez, apresentam o mesmo risco que mulheres não grávidas da mesma faixa etária. Com base nas evidências que temos até agora, as mulheres grávidas não têm mais probabilidade de ter complicações do COVID-19 do que a população em geral.
- 2. Devo comparecer às minhas consultas de pré-natal?
Participar de cuidados pré-natais é essencial para garantir o bem-estar da gestante e seu bebê. Se estiver bem, deve-se manter o atendimento pré-natal normalmente. A critério do profissional de saúde, as consultas poderão ter um intervalo maior, se for considerado seguro. Se tiver sintomas de uma possível infecção pelo novo coronavirus, entre em contato com seu médico ou unidade básica de saúde e adie as visitas de rotina até que o período de isolamento termine.
- 3. É recomendável ter consultas online para gestantes nesse período da pandemia?
Durante a pandemia, algumas orientações de pré-natal poderão ser feitas à distância, contudo, é importante salientar que elas não substituem as consultas presenciais. Além disso, qualquer situação que necessite exame físico, o atendimento deverá ocorrer no consultório, na unidade básica de saúde ou mesmo na própria maternidade.
- 4. Ainda posso ir trabalhar?
Alguns estudos salientaram que o momento exige que as gestantes tenham oportunidades laborais mais flexíveis, com afastamento do trabalho, quando a idade gestacional for superior a 28 semanas, ou com fatores de risco ou comorbidades subjacentes. Por isso, parece justificável facilitar o afastamento profissional das gestantes que tiverem atividades de contato direto com outras pessoas doentes. Assim, mulheres grávidas que podem trabalhar em casa devem fazê-lo. Se a gestante não pode trabalhar em casa, mas pode ter sua função modificada para minimizar sua exposição à infecção por COVID-19, isso seria desejável.
Tais precauções devem ser tomadas tendo em vista que a COVID-19 na gestação tendeu para desfechos negativos, como: aborto espontâneo; ruptura prematura de membranas; restrição de crescimento intrauterino; sofrimento fetal e trabalho de parto e parto prematuros.
- 5. Qual a orientação para gestantes que precisam tomar as vacinas de rotina e realizar exames do pré-natal?
Os cuidados com o pré-natal devem ser mantidos mesmo durante a epidemia do novo coronavirus. As vacinas devem ser tomadas regularmente e os exames do pré-natal realizados. Se possível, antes da realização dos exames, converse com seu(a) médico(a) ou na unidade básica de saúde para entender se os exames podem ser adiados por alguns dias.
- 6. As máscaras “caseiras” têm a mesma eficácia das Máscaras que compramos nos estabelecimentos de saúde? Podem ser utilizadas pelas gestantes ou pelas lactantes que apresentam sintomas da doença?
Há diferença de função entre os tipos de máscaras. Para se ter eficácia contra o COVID-19, as máscaras devem ter características como a presença de material que filtra o ar. É o caso da máscara cirúrgica e da máscara N95 que estão, sim,indicadas para uso de pacientes gripados ou com COVID-19, bem como são indicadas aos profissionais de saúde.
Para a população geral, sem sintomas, o Ministério da Saúde considera a possibilidade do uso de máscaras artesanais com a cautela de fazer o uso correto conforme o próprio Ministério orienta. Elas são úteis para evitar que as pessoas assintomáticas transmitam o vírus para outros indivíduos. O uso dessas máscaras não exclui a necessidade dos outros cuidados de prevenção contra COVID-19.
- 7. Por ser gestante, é recomendado sair de casa usando máscara?
As máscaras cirúrgicas e N95 têm sido recomendadas somente para profissionais de saúde e para pessoas com sintomas gripais. Para população geral sem sintomas, o Ministério da Saúde considera a possibilidade do uso de máscaras artesanais, tendo a cautela de fazer uso correto conforme o próprio Ministério orienta. Vale reforçar que o uso dessas máscaras não exclui a necessidade dos outros cuidados de prevenção da COVID-19, até porque as máscaras artesanais têm valor limitado na proteção contra a doença. Elas são úteis para evitar que as pessoas assintomáticas transmitam o vírus para outros indivíduos.
- 8. Medicamentos contra sintomas normais de gripe encontrados nas farmácias podem ser utilizados por gestantes e/ou puérperas que apresentarem sinais da doença?
Medicamentos para a febre e analgésicos comuns, como Paracetamol, podem ser utilizados na gestação. Mas cuidado com o uso de anti-inflamatórios, como diclofenaco de sódio, sem prescrição médica, pois devem ser evitados na gravidez. Para gestantes com síndrome gripal, também deve-se entrar em contato com o médico ou uma unidade básica de saúde para avaliar, via remota ou presencial, a prescrição de medicação específica para tratar o H1N1, outro tipo de vírus que pode causar um quadro de gripe importante em grávidas.
- 9. Se eu tiver alguma complicação na gestação, devo ir a um pronto atendimento ou é muito arriscado pelo risco de contrair o novo coronavírus?
Algumas complicações na gravidez podem ser graves e colocar em risco a saúde da mãe e do bebê. Se possível, tente ligar para o seu médico ou para a unidade básica de saúde para ser previamente orientada. Contudo, se não for possível falar com nenhum deles rapidamente, a orientação é procurar a maternidade sem atrasos.
- 10. Se contrair o novo coronavirus durante a gestação, quais os cuidados devo tomar e quando devo procurar um Pronto Atendimento?
Se estiver com suspeita ou confirmação de coronavirus Covid-19 na gravidez, tanto a gestante como as pessoas com as quais reside devem iniciar, imediatamente, o isolamento social. Além disso, a gestante deve entrar em contato com seu médico ou a equipe de saúde por telefone, para ser melhor orientada sobre os cuidados. Contudo, procure imediatamente o pronto atendimento em casos de: dificuldade de respirar e/ou falta de ar (não conseguir terminar uma frase ou tomar um copo de água sem ter de tomar folego, não conseguir caminhar pelo quarto sem ter de parar para tomar um ar), apresentar dor no peito, saída de sangue quando tosse, apresentar tonteira, confusão ou febre que não passa mesmo com o uso de antitérmico.
- 11. Gestantes acometidas por outras comorbidades têm maior chance de serem infectadas pelo novo coronavirus?
- 12. Se a grávida estiver saudável, ela pode viajar?
- 13. Gestantes podem transmitor o coronavirus para o bebê?
Pede-se atenção para o fato de que, até o momento, não há evidências clínicas ou sorológicas para sugerir a possibilidade de haver transmissão vertical do vírus em amostras de líquido amniótico, sangue do cordão umbilical, swabs da faringe neonatal e no leite materno, sugerindo a ausência de transmissão intrauterina do vírus durante o terceiro trimestre. No entanto, todos os estudos citados são pesquisas retrospectivas e com grupos amostrais reduzidos, características que dificultam o poder de generalização. Estudos com placentas também permitiram identificar que não houve teratogenicidade, patologias e inflamações placentárias, presença do coronavirus ou disfunção tireoidiana no RN
- 14. A mãe que contrai o coronavírus pode continuar amamentando?
Sim, ela deve continuar a amamentação, respeitando os cuidados de usar máscara, lavar bem as mãos e evitar o contato do bebê com secreções de tosse ou espirro. Isso porque, ainda não há evidência consistente de que o novo coronavírus seja transmitido pelo leite materno, mas sabemos que é por meio desse alimento que a criança adquire anticorpos importantes para defesa de seu organismo."
Fontes:
https://www.semprefamilia.com.br/saude/gestantes-e-o-novo-coronavirus-o-que-toda-gravida-deve-saber/
Imagens:
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