Diferenças entre parto normal, induzido e cesárea

parto_induzido_por_ocitocinaDesde julho de 2015 quando o governo determinou novas regras a fim de reduzir os partos cesáreos no Brasil que estou para escrever este post relato contando como foi minha experiência. Fiquei relutando porque, apesar de saber como estes meus posts são acessados e ajudam outras mulheres, o post relato sempre me suga muita energia, além de ser uma grande exposição da minha intimidade. Mas, vamos lá.
Engravidei da primeira flha em 99 e assim que soube do resultado, eu comecei a preparar meu corpo para cuidar do bebê e minha mente para ter um parto normal, mesmo tendo muito medo.
Tive uma gravidez tranquila, apesar de ter sofrido depressão nos primeiros 4 meses devido aos enjoos terríveis e ao uso dos remédios para enjoo (sim, alguns remédios para enjoo causam depressão). Fiz o pré natal corretamente e me lembro de meu médico me dizer que eu não deveria ficar preocupada com o parto, pois isso seria definido somente mais próximo da data, de acordo com as condições.
Quando completei 38 semanas, fui à minha consulta de pré natal e constatamos que meu útero estava completamente fechado e que deveríamos esperar mais um pouco. A partir de então, fiz vários exames como ultrassom com ecodopler para monitorar o bebê e acompanhamento semanal.
Ao completar 41 semanas, estava tendo contrações sem dor, daquelas que endurecem a
barriga e soltam a cada 15 minutos, mas meu útero continuava fechado. Marcamos a cesárea para daí uns dias (não me lembro mais, gente. hehehe). Sei que, antes da data marcada, quando estava próximo de completar 40 semanas, minha bolsa estourou às 02:30 da manhã de uma sexta-feira.
Cheguei no hospital com 1 cm de dilatação e aí começou meu calvário. Não tive condições de pagar o valor pedido pelo médico (hoje, venderia a roupa do corpo e pagaria o que ele pedisse) e fui atendida por plantonistas. Apesar de bolsa rompida, eu quase não tinha contrações, as dores eram bem fraquinhas e eu achei que tiraria o tal parto normal de letra. Mas, com mísero 1 cm de dilatação, me colocaram no soro para regularização das contrações: a desgraça da ocitocina. Hormônio que chega num pico absurdo na hora do parto, responsável por induzir as contrações. Acontece, que as contrações da natureza aumentam de intensidade gradualmente durante o trabalho de parto até chegar numa dor descomunal que é quando o bebê nasce. O soro faz com que tenhamos essa dor desde a sua primeira gota cair no sangue.
Fiquei no soro das 05:00 às 09:00 horas sem anestesia sentindo a mais intensa dor que se pode imaginar a cada 5 minutos.  Esse é o parto induzido.
Às 09:00 h o anestesista de plantão se compadeceu de meu sofrimento e me aplicou a anestesia. Maravilha, né? #sqn A anestesia reduziu as contrações e o meu trabalho de parto seguiu a passos de formiga. Eu já estava entrando em desespero, sentindo minha bebê encaixada na minha bacia, imaginando se ela também não estaria em sofrimento.
Quando deu meio dia, a médica chefe do plantão entrou no quarto e se informou do meu caso (só então. Eu já estava lá desde a madrugada, mas outras parturientes com casos mais complexos que o meu entraram junto comigo. Lembro-me que neste dia, a maternidade estava lotada, foram uns 5 partos enquanto eu estava lá). Olhou espantada para os residentes de plantão e disse: – Não dá mais para esperar, vamos tirar esse bebê agora!
Foi então, que minha filha foi arrancada de mim, com míseros 8 cm de dilatação. Neste momento haviam na sala de parto 1 médica chefe, 2 residentes, 2 pediatras e 2 enfermeiras. Saí do bloco com hematomas nas coxas, toda arrebentada. A minha filha nasceu com a testa roxa, com um círculo em volta da cabeça na altura da testa, que era a marca da minha bacia. Mais alguns minutos e poderíamos ter sérios problemas.
Essa foi uma das experiências mais dolorosas pelas quais já passei.
Mas, no final, deu tudo certo, minha filha nasceu normal e super saudável. Depois de passar por tudo, tenho certeza que meu parto era um caso para parto cesárea. Também descobri que fui muito mal atendida no sentido de não ser informada por tudo que estava acontecendo, pelas opções que tínhamos com relação ao meu parto e quais as possíveis consequências da escolha do parto induzido ou do parto cesáreo. Aprendi que ter um parto com o médico de confiança e principalmente, o médico que acompanha toda a gestação faz muita diferença na hora do parto.
Bom, vou ter que partir o post em 3 partes, senão ficará muito extenso, ok? Vou publicar um relato por semana e vocês vão acompanhando.
Se vocês quiserem mais informações sobre o parto induzido clique aqui.

Fotos: reprodução.

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